terça-feira, 4 de novembro de 2014
Opinião Pública
No Diário Económico de hoje, com alguma irritação à mistura, confesso:
E se nos interessamos?
O primeiro-ministro, porventura cansado de ler e ouvir repetidas vezes que ele, e o Governo que dirige, cometem erros a uma velocidade tal que se torna difícil manter uma lista actualizada, podia ter optado por tentar errar menos vezes. Mas não. Isso dava trabalho.
Mais fácil foi lançar a toda e cada pessoa que o criticou o desafio de "assumir que errou, que foi preguiçosa, que não leu, que não estudou, que não comparou, que não se interessou". A haver alguma verdade naquela frase - e há - é exactamente o oposto do que pretendia dizer Passos Coelho.
Um português, qualquer um, não é preciso ser comentador nem jornalista, só pode tolerar tão pacatamente os sucessivos erros, hesitações, equívocos e efabulações a que tem sido sujeito não tanto porque não lê, não estuda, não compara mas, acima de tudo, porque não se interessa o suficiente.