terça-feira, 5 de novembro de 2013
Do que é que estamos à espera?
É oficial: a zona Euro está a ser empurrada para um cenário deflacionista. Dados de ontem do Eurostat (aqui) mostram uma tendência assustadora: De Junho para cá a inflação anual caiu de 1.6% para 1.3%, depois para 1.1% e agora para 0.7%.
Em 6 meses é obra. O BCE, como escrevi há umas semanas em dois dois textos tem não só os poderes para atalhar esta situação como o dever de os exercer:
Literalmente, o que o tratado diz é que, desde que não se comprometa o objectivo de estabilidade de preços (no médio e longo prazo, acrescentamos nós) o BCE tem como mandato, não como opção que livremente exercerá, mas como uma obrigação que sobre ele impende, contribuir para a prossecução dos fins da União fixados no Artigo 3.º do Tratado da União Europeia.
Logo, se o objectivo primordial está atingido, o BCE não só pode como deve tentar contribuir para a realização dos demais objectivos. Assim, uma política monetária seja ela "convencional" ou "não convencional" mais agressiva indexada, por exemplo, como fez recentemente a Reserva Federal Norte-americana, a um dado objectivo de baixa do desemprego, é não só permitida como imposta pelos Tratados.
E concluia perguntando:
É mesmo caso para perguntar:"What will it take for economists, let alone policymakers, to accept reality?"
Mais do que a realidade ela própria, pelo que se vê.