quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Passar do diagnóstico à acção


Proposta de revisão do mandato do BCE. Dirão que a Alemanha nunca o permitirá.

Três notas sobre isso: 1) a Alemanha não pode tudo, 2) seja na criação do FEE, seja nos perdões gregos, a Alemanha está farta de fazer coisas que nunca "permitiria"; 3) Se é para correr riscos e pagar o preço da ira alemã, que seja para uma solução definitiva e não para os remendos.

O mandato actual é rígido e considera o controlo da inflacção um fim em si mesmo, a não ser posto em causa nunca, mesmo que isso signifique recessão, desemprego e pobreza.

Está redigido assim:

"the primary objective of the ESCB shall be to maintain price stability. Without prejudice to the objective of price stability, it shall support the general economic policies in the Union with a view to contributing to the achievement of the objectives of the Union as laid down in Article 3 of the Treaty on European Union."

Já a Reserva Federal Norte Americana tem um mandato mais lato e com cambiantes, podendo adoptar formas diferentes de mix de políticas entre controlo da inflacção e estimulo ao crescimento económico, baixa do desemprego, etc.

O seu mandato diz que a reserva "shall maintain long run growth of the monetary and credit aggregates commensurate with the economy's long run potential to increase production, so as to promote effectively the goals of maximum employment, stable prices, and moderate long-term interest rates."

Embora não isento de problemas é evidente que este é um modelo muito mais capaz de lidar com a situação actual. Basta ver a forma como a Economia americana, que deu a origem à crise, foi a primeira a sair dela.